quinta-feira, 4 de julho de 2013

BERÇÁRIOS I BRINCANDO - 03/07






É na primeira infância, até os 6 anos, que a mente abre mais portas para o aprendizado - o que faz da educação infantil uma etapa fundamental da escolaridade, a ponto de governos de países desenvolvidos, como Estados Unidos e Dinamarca, destinarem recursos crescentes para essa área. A explicação é literalmente cerebral: imagine que, aos 8 meses de vida, um bebê possui 600 bilhões de sinapses, as conexões entre os neurônios que permitem a propagação dos impulsos nervosos. Quando chegar à idade adulta, o mesmo bebê terá cerca de 350 bilhões de sinapses. "A quantidade de conexões não é sinônimo de capacidade cerebral superior, e sim de mais caminhos de aprendizagem", explica a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, autora de Pílulas de Neurociência para uma Vida Melhor (Sextante).
Isso significa que os estímulos que a criança receber do ambiente, as dificuldades que encontrar e as adaptações que fizer para sobreviver vão definir os caminhos de seu desenvolvimento. Com o tempo, o cérebro gravará as conexões que produziram resultados de sucesso - como aprender a falar e a escrever -, enquanto aquelas ligadas a habilidades inexploradas, como a da música para alguém que não aprendeu a tocar nenhum instrumento, serão descartadas como ineficazes ou desnecessárias.
Os pequenos ainda respondem agilmente aos ensinamentos musicais e são capazes de assimilar comportamentos e desenvolver sentimentos, como a empatia. "O aprendizado social também é uma conquista e deve ser estimulado nessa etapa", afirma o médico João Figueiró, presidente do Instituto 0 a 6, ONG paulista que investiga como os estímulos nessa faixa etária influenciam a formação.
Estudos de longa duração mostram que as crianças estimuladas na infância dominam maior número de palavras, demonstram mais habilidade com estratégias matemáticas, têm uma vida escolar mais bem-sucedida e comportamentos sociais mais desenvolvidos.


Fonte : site EDUCAR PARA CRESCER.