Suprindo a ausência paterna
A representação da figura paterna é fundamental na formação,
no desenvolvimento e construção moral, social, emocional e psicológica da
criança.
Nem tudo na vida é perfeito. Infelizmente. Principalmente
quando o pai, seja por motivo de separação da mãe ou por outros acontecimentos,
não convive integralmente com o filho.
A representação da figura paterna é fundamental na formação,
no desenvolvimento e construção moral, social, emocional e psicológica da
criança. Mas os filhos de pais separados ou de mães "solteiras" não
são mais problemáticos do que os filhos de pais casados. Algumas vezes,
observamos na sociedade uma tendência em rotulá-los, que deve ser evitada.
"Os filhos necessitam em qualquer condição de apoio, de
carinho, proteção, companhia, cuidados e limites. É fundamental o papel da
família no desenvolvimento da autoestima dos filhos, pois é nela que
desenvolvemos os laços afetivos, influenciando questões relacionadas ao
ajustamento e às mais variadas situações", explica a psicóloga Patrícia
Camargo.
A figura paterna faz parte da estrutura emocional para nos
tornarmos pessoas sadias e maduras. A criança que é criada sem referencial
masculino pode tornar-se aversivo às ordens dadas por representantes femininos.
Porém isso não quer dizer que crianças criadas somente pela mãe vão ter algum
transtorno emocional.
Saiba que crescer numa família sem o pai, cada vez mais
comuns nas sociedades modernas, pode ser bem saudável! Como? O pai é o
representante dos limites, é o que vem quebrar a simbiose mãe-bebê. No entanto,
"a figura do pai" pode ser representada por outras pessoas, mesmo do
sexo feminino. Algumas mães conseguem definir limites com muito sucesso.
"O papel materno é um fator essencial nas situações de
ausência do pai no desenvolvimento da criança, pois a influência do
comportamento materno pode levar a surgir uma maior ou menor predisposição para
os conflitos associados à falta do pai", completa a psicóloga.
Alguns cuidados - Para que a "supermãe" obtenha
êxito na função também de pai, cabe a ela toda a responsabilidade pela formação
infantil - sem estar se queixando do parceiro, evitando brigas na frente da
criança, e não usar a criança para se vingar ou ficar falando mal do pai para a
criança.
Mesmo assim, proporcione à criança a presença de uma figura
masculina: um avô, um tio ou mesmo um amigo confiável, mesmo que o contato seja
esporádico. O importante é que haja muito envolvimento afetivo, atenção,
carinho e amor.
Como bem lembra Patrícia Camargo: "as ligações de emoção
entre pai e filho são formadas nas relações de afeto e cuidado no dia-a-dia, e
não com a parte biológica".
Sempre que possível, o pai ou figura paterna deve estar
presente na vida dos filhos, acompanhando e participando de atividades
cotidianas, fortalecendo assim uma ligação que, quer queiramos ou não, é para
sempre.
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