Dia
das Crianças - Como presentear e educar ao mesmo tempo?
Quando
se aproxima o Dia das Crianças recomeça o alvoroço que ano a ano se repete nas
lojas de brinquedos, nas escolas infantis, nas famílias e especialmente na
cabecinha das crianças. Antenadíssimas como nunca e muito bem informadas
através tanto da TV como da Internet, elas trocam opiniões entre si para
decidir o que vão pedir de presente aos pais, tios e avós, neste próximo dia 12
de outubro.
Por
outro lado, a família se vê aturdida pela avalanche de opções, antigas e novas
que enchem as prateleiras das lojas e mesmo que tenham determinado a verba para
tal gasto, sempre resta a dúvida de qual brinquedo escolher para não só
agradar, mas também surpreender as crianças. E isso, todo mundo sabe, pode
causar primeiro uma grande surpresa para o comprador...E lá vão pais, avós e
tios, às lojas para comprarem quase sempre o brinquedo mais sofisticado, muitas
vezes sem terem a certeza da adequação da sua escolha à idade da criança e do
proveito real que esta usufruirá com o presente. E geralmente, gastando mais
que o orçamento familiar permite!
Deve-se
lembrar sempre a questão da educação que se deve dar aos filhos ao mesmo tempo
que todos a vivenciamos. Limites reais, como disponibilidade financeira, adequação
da compra ao espaço disponível para usar o brinquedo ou guardá-lo, atenção à
idade da criança etc, não podem ser discutidos, mesmo porque crianças não tem
até os oito ou dez anos condições pra tal. Alem disso, em qualquer idade, as
crianças devem aprender a aceitar que existem normas, limites que não são
passíveis de mudanças a curto prazo e devem desde cedo respeitar as decisões
dos seus familiares. Negociável pode ser a escolha entre duas ou três
possibilidades de itens que os próprios pais apresentam à criança, dentro de
uma seleção que se aproxime do desejo do filho, mas que seja antes de tudo
adequada à sua idade e lhe acrescente um estímulo ao aprendizado.
Como
para adquirir a noção de realidade e valores morais e sociais é preciso
vivenciar o exemplo e ter a experiência, esse pode ser o melhor de todos os
presentes que se oferece a um neto, a um filho: uma ocasião pra refletir e
aprender que o amor não tem preço: tem valor.
► Dias das crianças
Às
vésperas de mais um “Dia das Crianças”, novamente surge a mesma pergunta: o que
é mais aconselhável oferecer às crianças no seu dia? Muitas vezes parece uma
tarefa desafiadora, porque elas já têm “tudo”, outras vezes porque são difíceis
de agradar, outras vezes porque se quer dar algo que dure muito tempo...Enfim,
dar um presente quase sempre é motivo de alegria mas também de ansiedade para
toda a família.
É
comum os adultos questionarem se não será mais “útil” ofertarem uma roupa do
que um brinquedo, um livro ou jogo. Numa ocasião como esta, é importante pensarmos
no que significa ser verdadeiramente “útil” ou seja, proveitoso, para os
pequenos.
Antes
de qualquer coisa, devemos nos lembrar que o Dia é da criança e infância
conjuga perfeitamente com o verbo brincar, essa atividade indispensável para o
desenvolvimento emocional e cognitivo do ser humano. Além disso, a criança usa
o brinquedo para a sua socialização e amadurecimento.
Brinquedos
são fáceis de escolher, acessíveis a todos e desde que respeitados os
interesses das diferentes faixas etárias, dificilmente serão presentes pouco
apreciados e que não cumprirão a tarefa de ensinar, divertir e enriquecer a
vida lúdica das meninas e meninos.
Desde
o nascimento, há brinquedos a serem oferecidos aos bebês e que os ajudarão a
crescer de forma equilibrada, atendendo à sensibilidade que apresentam ao meio
ambiente como por exemplo os móbiles, os chocalhos, os bichinhos de pano,
argolas coloridas e sonoras, etc. Por volta dos três ou quatro meses, os mesmos
brinquedos de antes ainda encantam, assim como os tapetes com figuras que
estimulam os sentidos e a movimentação infantil. E existem em profusão de cores
e formas a escolher!
No
segundo semestre de vida, cubos coloridos, argolas, brinquedos leves e
flutuantes, fáceis de montar e desmontar, de carregar, de puxar , empilhar, são
muito apreciados pois além de divertidos permitem o exercício da movimentação.
Como
por volta dos doze meses, as crianças já tem um bom equilíbrio motor para se
manterem sentadas e já começam a andar sozinhas, repetem gestos dos adultos e interagem
de uma forma mais atuante, os brinquedos também passam a ser condizentes com
sua nova postura e que permitam novas aprendizagens como puxar, empurrar,
rolar, abrir e fechar.
Crianças
com 2 e 3 anos são irrequietas e começam a dominar a comunicação oral: um CD de
músicas, para cantar e dançar, facilita a aquisição do ritmo musical, de um
vocabulário mais variado, alegram e entretêm os pequenos. Já os livrinhos de
histórias, para a mamãe e o papai lerem para ela, causam encantamento e
promovem o bem estar afetivo e familiar. Em geral crianças adoram brincar com
coisas que fazem parte da vida diária da casa: as meninas empurram carrinhos de
boneca, os meninos brincam com trenzinhos, carrinhos e ferramentas de plástico,
entre outras brincadeiras animadas como pular na cama e fazer imitações e
caretas. É a idade ideal para com muita paciência, começar a ensinar a
criançada a guardar seus pertences depois de usá-los.
Brinquedos
para crianças de 3 a 4 anos são muito fáceis de escolher, pois há sempre novidades
no mercado e elas apreciam triciclos, bonecas, trenzinhos, bolas, adoram
brincar com pás e baldes na areia, podem começar sua iniciação musical e se
divertem com quebra cabeças de peças grandes. Com essa idade as crianças já
dominam um vocabulário de mais de mil palavras e fazem pequenas frases, já bem
inteligíveis e com grande facilidade.
A
criança em fase pré-escolar adora os jogos de faz-de-conta: sua criatividade e
imaginação não têm limites e mais do que nunca apreciam brinquedos e
brincadeiras que reproduzem o mundo adulto. Em geral gostam de ir ao cinema e
ao teatro, que não deixam de ser um belo presente!
Com
o brinquedo apropriado para a sua idade, a criança divide emoções e supera
fases difíceis: quem não teve um bichinho ou uma boneca com que se agarrou nos
dias em que o medo do escuro, das bruxas, dos monstros, tirava o sono?
A
partir dos sete anos , os recursos cognitivos, motores e perceptivos permitem
uma escolha muito ampla e as lojas de brinquedo estão repletas de sugestões,
que vão desde jogos de tabuleiro, a brinquedos e jogos eletrônicos, de moldes
de gesso a carrinhos guiados por controle remoto, rádios, patins, bicicletas,
etc. O ideal é escolher um presente que a garotada tenha muita oportunidade de
usar e de explorar com sua imaginação.
Os
adultos devem sempre ter em mente que mais importante do que o valor financeiro
do brinquedo, é a sua qualidade, a segurança, a alegria e o interesse que possa
despertar nos pequenos. Mas nenhum presente é bom, se não for escolhido com
atenção e carinho e oferecido junto a um grande e carinhoso abraço, pois só
assim ele cumpre a maior de suas funções: a de transmitir realmente nossa
emoção ao presentear uma criança muito amada!
Fonte:
www.guiadobebe.uol.com.br
Por
Maria Irene Maluf - Pedagoga, especialista em Educação Especial e
Psicopedagogia, Editora da revista Psicopedagogia e Conselheira Vitalícia da
Associação Brasileira de Psicopedagogia-ABPp.