Vacinação contra pólio
e sarampo FOI estendida até 12 de dezembro
Prorrogação tem como
objetivo o cumprimento da meta de vacinar 95% do público-alvo composto por
crianças menores de cinco anos
A Campanha Nacional de
Vacinação contra poliomielite e sarampo FOI prorrogada até o dia 12 dezembro.
Com o final previsto para sexta-feira (28), a campanha não atingiu a meta
de vacinar 95% do público-alvo e o Ministério da Saúde decidiu orientar estados
e municípios para que continuem a vacinação.
A ação iniciada em 8 de
novembro já vacinou 9,5 milhões de crianças contra a poliomielite, o que
representa 74,8% da meta estabelecida. Contra o sarampo, 7,3 milhões de
crianças já receberam a dose, cerca de 66,9% do público-alvo.
O objetivo é imunizar
12,7 milhões de crianças contra a poliomielite e 10,6 milhões de crianças
contra o sarampo. Para isso, mais de 100 mil postos fixos e móveis em todo o
país estarão disponíveis para aplicar as doses. Devem tomar a vacina contra a
poliomielite as crianças entre seis meses e cinco anos de idade incompletos. O
objetivo é manter a erradicação da doença no Brasil, que não apresenta casos de
poliomielite desde 1990. Para isso, o Ministério disponibilizou mais de 17,8
milhões de doses da VOP (Vacina Oral Poliomielite).
A recomendação é que
todas as crianças na faixa etária sejam vacinadas contra a poliomielite, pois a
vacina oral vale tanto para colocar em dia a vacinação atrasada como para
reforço de quem está com o calendário em dia. A VIP (Vacina Inativada Poliomielite),
utilizada no início de esquema de vacinação, também estará disponível para
crianças com o calendário atrasado, ou seja, que não iniciaram o esquema de
vacinação com as duas primeiras doses injetáveis, aos dois e quatro meses de
idade.
Já a vacinação contra o
sarampo será feita em crianças entre um e cinco anos de idade (incompletos).
Cerca de 10 milhões de crianças devem ser vacinadas com a tríplice viral. Foram
distribuídas mais de 11,8 milhões de doses da vacina, que além de imunizar
contra o sarampo, também garante a proteção contra a rubéola e a caxumba.
Alergia
Para as crianças com
alergia à proteína do leite de vaca, a vacinação ocorrerá posteriormente contra
o sarampo. O Ministério da Saúde já orientou as secretarias estaduais e
municipais de saúde que evitem vacinar essas crianças com o produto fornecido
pelo laboratório Serum Institutte of India Ltd. A iniciativa é uma medida de
precaução, devido à presença do componente lactoalbumina hidrolisada nas doses
fornecidas pelo laboratório.
Para garantir a
vacinação correta, os pais ou responsáveis que levarem as crianças aos postos
de saúde serão questionados sobre uma possível alergia ao leite de vaca. Caso a
criança não tenha registro prévio de alergia, ela receberá a dose normalmente.
Todos os estados e o
Distrito Federal participam da campanha de seguimento contra o sarampo. No
estado do Ceará e em alguns municípios de Pernambuco, a vacinação foi
antecipada a fim de interromper a cadeia de transmissão do vírus, devido ao
registro de casos da doença em 2013 e 2014.
Vale destacar que,
apesar dos registros nesses dois estados, todos os casos foram importados ou
relacionados à importação e o Brasil ainda é considerado livre do sarampo. No
entanto, as crianças entre seis meses e cinco anos de idade incompletos que
residem nesses estados devem comparecer aos postos de saúde para receberem a
vacina contra poliomielite e atualizar a caderneta de vacinação para o sarampo,
caso estejam em atraso.
A Campanha Nacional de
Vacinação conta com a participação de mais de 350 mil profissionais de saúde e
de 42 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais, para garantir a vacinação
aos locais de difícil acesso. Vale ressaltar que, para garantir que o esquema
básico seja cumprido, as vacinas contra a poliomielite, o sarampo, rubéola e
caxumba continuam disponíveis durante todo o ano nos postos de saúde do Sistema
Único de Saúde.
Poliomelite
A poliomielite é uma
doença infectocontagiosa grave e a única forma de prevenção é por meio da
vacinação. Na maioria dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada,
mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia
irreversível, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo
poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.
Embora, atualmente, o
Brasil esteja livre da paralisia infantil, é fundamental a continuidade das
campanhas de vacinação, para evitar a reintrodução do vírus no país. De acordo
com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 10 países registraram casos de
poliomielite em 2013 e 2014, sendo que três deles são considerados endêmicos
(Paquistão, Nigéria e Afeganistão).
Sarampo
O sarampo é uma doença
viral aguda grave e altamente contagiosa. Os sintomas mais comuns são febre
alta, tosse, manchas avermelhadas, coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre
de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar
ou respirar. As complicações infecciosas contribuem para a gravidade do
sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.
A única forma de prevenção também é por meio da vacina.
Os últimos registros de
contágio autóctone de sarampo no Brasil ocorreram em 2000. Em 2013 e 2014,
foram registrados casos importados ou relacionados à importação, com
concentração nos estados de Pernambuco e Ceará. No mundo, em 2014, foram
registrados 160 mil casos da doença, de acordo com a OMS. Cabe ressaltar que,
com o fluxo de turismo e comércio entre os países, o risco de importação do
vírus é maior, por isso a importância da imunização.
http://www.brasil.gov.br/saude/2014/11/vacinacao-contra-polio-e-sarampo-sera-estendida-ate-12-de-dezembro